Destruidores da comunicação – parte 2

Ontem falamos a respeito dos destruidores da comunicação, e hoje quero apresentar a vocês possíveis soluções para cada atitude destrutiva mencionada no post anterior:

  1. Para quem costuma ter atitudes sarcásticas: o sarcasmo geralmente envolve um acúmulo de raiva ou mágoa que sentimos por alguém e que, por isso, nos leva a agirmos desrespeitosamente com o objetivo (consciente ou inconsciente) de machucar a outra pessoa, porém de forma disfarçada. A solução para o sarcasmo é a reconstrução da afetividade e da admiração pelo outro. Isto pode ser possível através de uma conversa respeitosa sobre o que chateia você no outro (a fim de resolver o acúmulo de ressentimentos), e procurando se lembrar de que esta pessoa com quem você age assim tem valor e merece, assim como você, o seu respeito. É sua responsabilidade freiar suas atitudes sarcásticas, em vez de sempre colocar a culpa disto no comportamento do outro.
  2. Para quem costuma ter atitudes defensivas: ouça o que o outro tem a dizer, sem a preocupação de ter que se defender. Em vez de ficar tentando programar mentalmente maneiras de se justificar, tente ouvir o que o outro está dizendo de forma genuína, procurando reconhecer a sua parcela de culpa no ocorrido, e buscando entender, de fato, como o outro se sentiu. Isto é importante porque nem sempre conseguimos enxergar comportamentos nossos que machucam os outros, e podemos aprender sobre eles se, verdadeiramente, ouvimos o que outros têm a dizer sobre nós.
  3. Para quem costuma ter atitudes de incomunicabilidade: se você age desta forma porque geralmente se sente sobrecarregado durante uma conversa, diga ao outro que precisa de um tempo na conversa e depois de uns 20 ou 30 minutos (tempo que o corpo leva para se acalmar fisiologicamente) volte para conversar e resolver a situação. Tome cuidado, também, com pensamentos de autopiedade: “Eu sempre sou a vítima”, “Isso sempre acontece comigo”, e, em vez disto, exercite se colocar também como responsável pela solução do problema (“O que eu posso fazer por isto?”, “O que eu estou sentindo e que o outro precisa saber?”, O que o outro faz que me chateia e que ele (a) precisa saber?”). Permanecer incomunicável só posterga ou anula (se não voltar para conversar sobre o assunto) a solução do conflito.
  4. Para quem costuma ter atitudes de crítica: fale sobre o que a outra pessoa fez que o (a) chateou, em vez de falar sobre ela, “atacando” quem ela é. Por exemplo, em vez de falar: “Você não vale nada!”, reformule a frase: “Não gostei quando você…(e fale sobre O QUE aconteceu)”, Além disso, deixe claro o que você gostaria que acontecesse: “Eu gostaria que você, das próximas vezes, fizesse isso (…) em vez disto (…).” Assim não estará ferindo a identidade do outro e, ao mesmo tempo, falando sobre o que você não gostou.

Espero que estas dicas ajudem você.

Escrito por Thais Souza, psicóloga clínica e pós-graduada em aconselhamento familiar.

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