Amanhã eu faço… – parte 1

É comum você adiar o que precisa ser feito? Chamamos isto de procrastinação. Procrastinadores vivem procurando distrações e realizando atividades que seriam secundárias como forma de  “empurrar com a barriga” algo que seria importante de ser feito ou até mesmo prioridade. É comum associarmos este comportamento à preguiça. Mas, na verdade, procrastinação não se trata de preguiça. Ela tem a ver muito mais com inseguranças pessoais que levam a pessoa a duvidar de sua própria capacidade para realizar tal tarefa. Entenda um pouco mais sobre os motivos da procrastinação:

  1. Medo do fracasso: muitas pessoas adiam ou deixam de realizar tarefas importantes para elas porque, na verdade, têm medo de que seu esforço não será bom o suficiente. Ao procrastinar (por exemplo, deixar para estudar em cima da hora, para preparar um assunto de reunião um dia antes, não se empenhar em um relacionamento importante) elas não dão o seu melhor, e não dando seu melhor, possuem a desculpa de que algo não deu certo (se realmente não der) porque não se empenharam o suficiente para aquilo, em vez de terem que admitir uma falha em sua própria habilidade ou capacidade. A questão é que, enquanto a pessoa procrastinar, ela nunca vai saber se é realmente capaz de atingir um objetivo muito desejado ao não se dar esta oportunidade.
  1. Medo do sucesso: outras pessoas podem questionar a própria capacidade de crescimento profissional, acadêmico e até mesmo de serem bem sucedidas em relacionamentos amorosos e interpessoais. Por isso, acabam se sabotando com medo de não darem conta do que poderá vir pela frente caso se empenhem em uma determinada atividade ou relacionamento. Ao se autosabotarem não precisam aprender a lidar com a insegurança quanto ao que é desconhecido (o futuro). Mas, deixam de aproveitar oportunidades que poderiam resultar em realização pessoal e felicidade.
  1. Medo de se sentir controlado: algumas pessoas têm dificuldade em se sentirem controladas por outras, mesmo que a liderança esteja em suas mãos. Por isso, acabam não realizando tarefas solicitadas porque desejam controlar o tempo todo os outros. Um chefe pode procrastinar pedidos feitos por seus colaboradores porque ao atendê-los estará se sentindo controlado por eles, assim como um colaborador também pode não realizar uma tarefa (ou demorar para realizá-la) porque não deseja se sentir controlado por alguém. E os relacionamentos também sofrem: uma pessoa pode ter muita dificuldade em suprir uma necessidade afetiva de outra ou atender um pedido de um amigo ou cônjuge pelo medo de que isto o “tire” de uma posição de “autoridade”, o que não é verdade.

Como não mais procrastinar? Veja no próximo post.

Escrito por Thais Souza, psicóloga clínica e pós-graduada em aconselhamento familiar.

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