Como recuperar sua autoestima?

Como recuperar sua autoestima? No post anterior, mencionamos diversas razões pelas quais algumas pessoas podem ter dificuldade em se respeitar e enxergar seu próprio valor. Hoje, falaremos a respeito do que elas mesmas podem fazer a fim de desenvolverem uma autoestima normal e saudável:

1. Evite repetir para si mesmo (a) que você tem baixa autoestima no geral da sua vida: procure separar a (s) área (s) em que você tem uma dificuldade quanto à autoestima em vez de generalizá-la como se você não tivesse nada para valorizar em você. Geralmente uma pessoa pode ter baixa autoestima em uma ou algumas áreas da vida, mas nem sempre em todas! Se possível, liste uma série de coisas que você faz e que são positivas, as quais você faz bem, e conscientize-se de outras que você tem certa dificuldade em lidar, por exemplo: “tenho dificuldade em aceitar meu corpo”, ou “tenho dificuldade em falar em público”. Não colocar “tudo dentro de um pacote” torna mais fácil você não se ver como alguém totalmente incapaz, mas como alguém (como todos) que tem dificuldades em algumas áreas.

2. Não se compare com outras pessoas: ao você se comparar com outras, sempre encontrará alguém que faça melhor algumas coisas do que você, assim como também encontrará pessoas que não fazem tão bem algo que você faz. Mas, o sentimento de desvalor pessoal faz com que você foque a atenção naquilo que o outro tem, consegue ou é, e que você não tem, consegue ou é, e o descontentamento, a autopiedade (“não sou nada mesmo”, “nunca consigo nada mesmo”) e a inveja aparecem. Além disso, se você observar bem cada uma destas pessoas, todas terão seus “pontos fracos” e dificuldades na vida. O que acontece é que possivelmente você só conheça ou só atente para o que funciona bem na vida deles.

3. Não se deprecie na frente de outras pessoas: muitas pessoas confundem humildade com depreciação de si mesmo, e acabam tendo uma postura de autodesvalorização pública, com frases como: “meu cabelo é horrível”, “minha roupa está horrorosa!”, “eu sou burro mesmo…”.

4. Aceite elogios e acredite neles: observe se você, ao ser elogiado (a), automaticamente se deprecia com frases como “que isso, não estou tão bonito assim”, “que isso, minha comida não é tão gostosa…” ou “não achei que falei tão bem assim”. Aceite o elogio. Diga “obrigado” e sinta-se mesmo elogiado (a), valorizando para você também o que fez. Isto não é orgulho.

5. Observe seus padrões negativos de pensamento: como se você fosse seu próprio observador, comece a ficar atento (a) quanto a pensamentos negativos que você tenha. Por exemplo, se ao acordar você se olha no espelho e pensa: “Como sou feio”, lembre-se: “Ok, isto é um pensamento negativo que eu tenho.” Quando você conseguir começar a se observar desta maneira, vai ser capaz de perceber “manias” suas de se depreciar em diversas situações, e isto poderá ser um passo para uma mudança.

6. Em sua “conversa consigo mesmo” (como seu próprio observador), não se deprecie pela maneira de pensar que você percebeu em si mesmo (“Nossa, está vendo? Só consigo ser negativo! Não mudo mesmo! Não tenho jeito!”). Ao contrário, seja seu amigo e procure modificar um tipo de pensamento que você tenha negativo para outro que seja real (“Ok, estou pensando desta forma. Deixa eu ver se há outra maneira de pensar quanto a isto!”).

7. Ao se perceber pensando algo como: “o João não me deu bom dia hoje no trabalho porque ele realmente não gosta de mim”, pense em outras possibilidades reais como: “pode ser que o João estivesse pensando em outro assunto e nem tenha percebido a minha presença”, ou “pode ser que o João não esteja em um bom dia hoje”.

8. Evite pensamentos de autopiedade como: “Eu não sirvo para nada” ou “Ninguém gosta de mim”, “Tudo acontece de ruim comigo”. Estes pensamentos, na maioria das vezes, não são verdadeiros. São distorções de pensamento desenvolvidas ao longo da vida por diversos fatores. Ao identificar estes padrões de pensamento você poderá aprender a, como dito no item anterior, modificá-los para outros mais reais (em comparação com os pensamentos anteriores): “Eu sei fazer algumas coisas bem”, “Há pessoas que gostam de mim”, “Algumas coisas falham, mas outras estão funcionando bem em minha vida”. Veja que isto é diferente de fantasiar como se tudo fosse sempre positivo, como: “Eu faço tudo ótimo sempre!”, “Todo mundo gosta de mim”, “Não há nada de errado acontecendo na minha vida!”.

9. Faça coisas boas em sua vida em vez de esperar que elas aconteçam: tenha uma atividade de lazer durante a semana em algum momento possível para você; ligue para um amigo e converse; chame um amigo para um almoço ou um lanche; tenha momentos de descontração com sua família; participe de algum programa voluntário/comunitário. Enfim, seja responsável pelo seu próprio bem-estar em vez de ficar apenas se condenando por coisas que não aconteceram ou que você ainda não conseguiu.

Caso sinta muita dificuldade para colocar estas atitudes em prática, pode ser que a ajuda de um psicólogo seja necessária.

Escrito por Thais Souza, psicóloga clínica e pós-graduada em aconselhamento familiar.

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